Conheça Katie Joy Crawford, uma estudante de fotografia de 23 anos que vive em Baton Rouge, Louisiana.
Para seu trabalho de graduação, Crawford decidiu fazer uma série de fotografias que captariam suas experiências com a depressão e a ansiedade. A série — que se chama Meu coração ansioso — é composta por 12 autorretratos evocativos e legendas pessoais, que transmitem os efeitos incapacitantes da doença mental. Crawford levou cerca de três horas em cada foto, usando uma câmera remoto para tirá-las.
“Isso se tornou uma experiência catártica para mim, que levou à cura e autoconhecimento enormes”, Crawford disse ao Buzzfeed. “Quero que aqueles que sofrem, sintam que têm uma voz e uma mão para segurar. Não quero que ninguém se sinta sozinho nunca, já que ansiedade e a depressão podem fazer com que a pessoa se isole”.
Aqui estão algumas fotos e legendas de sua série excepcional…
Sobre se sentir como se estivesse sufocando:
“Eles continuam repetindo que eu devo respirar. Posso sentir meu peito se movendo para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Mas por que sinto como se estivesse sufocando? Coloco a mão debaixo do meu nariz, certificando-me de que há ar. Ainda assim, não consigo respirar”.
Sobre estar preso dentro de sua própria cabeça:
“Uma prisioneira de minha própria mente. A instigadora dos meus próprios pensamentos. Quanto mais penso, pior fica. Quanto menos penso, pior fica. Respire. Simplesmente respire. Fique vagando. Melhorará em breve”.
Sobre sentir-se preso em sua vida:
“Tenho medo de viver e tenho medo de morrer. Que maneira complicada de existir”.
Sobre sentir-se impossibilitado de tomar uma atitude:
“É estranho — na boca do estômago. É como quando você está nadando e quer colocar os pés no chão, mas a água é mais profunda do que você imaginou. Você não consegue tocar no fundo e seu coração pára por um segundo”.
Sobre a oscilação desgastante entre a depressão e a ansiedade:
“A depressão é quando você não consegue sentir nada. A ansiedade é quando você sente demais. Ter ambas é uma guerra constante dentro de sua própria mente. Ter ambas, significa não ganhar nunca”.
Sobre se sentir preso:
“Você foi criado para mim e por mim. Você foi criado para o meu isolamento. Você foi criado pela defesa venenosa. Você é feito de medo e mentiras. Medo de promessas não correspondidas e de perder a confiança tão raramente dada. Você foi se formando ao longo da minha vida. Cada vez mais forte”.
Uma das avaliações mais temidas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação foi respondida no primeiro dia de avaliação, em 04 de novembro, quando os participantes dissertaram sobre a “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. O resultado do Enem 2018 está previsto para janeiro de 2019, mas uma das dúvidas que acompanha os participantes desde a preparação até a entrega da folha de respostas é: como é corrigida a redação?
De modo geral, “a nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos corretores”, sinaliza o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Pelo menos dois avaliadores farão a correção da redação, de forma independente. A cada competência, serão atribuídas notas de zero a 200 pontos – estas serão base para a pontuação final, que varia de zero a 1.000 pontos.
Correção da prova de redação do Enem 2018
Um dos pontos sinalizados pelo Inep é a discrepância na correção da prova do Enem 2018, que ocorre quando as notas totais apresentadas por cada um dos corretores têm diferença de mais de 100 pontos. Também há caracterização de discrepância quando a diferença de notas supera 80 pontos em qualquer uma das competências.
Nota final da redação
Para a determinação da nota final da redação, são consideradas quatro possibilidades além do estipulado na Cartilha de Redação do Enem 2018:
Sem discrepância: a pontuação será resultado da média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois corretores
Com discrepância entre os dois corretores: será apresentado um recurso automático e um terceiro corretor fará a avaliação. Caso a terceira pontuação seja “equidistante das notas totais atribuídas pelos outros corretores”, as notas anteriores serão descartadas e uma banca fará nova avaliação.
Sem discrepância entre o terceiro e os dois primeiros corretores: a nota final da redação será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem e as demais serão descartadas. Esse procedimento também é adotado caso haja divergência entre o terceiro corretor e apenas um dos dois primeiros corretores.
Com discrepância entre o terceiro e os outros dois corretores: será adotado um novo recurso automático. As notas anteriores serão descartadas e uma banca atribuirá ao candidato a nota final.
Como usar o Enem
Diversas faculdades já permitem usar o Enem como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular. Estudantes também podem utilizá-lo para ingressar em faculdades públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), faculdades particulares concorrendo a uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni), conseguir o Financiamento Estudantil (Fies).
Já imaginou se você começasse ter uma crise de riso do nada ou entrar em trabalho de parto antes da prova?
1. Parem este ônibus!
“Eu morava em uma cidade do interior e a prova era na cidade vizinha. Então, a escola alugou dois ônibus para levar os alunos que fariam a prova até a cidade vizinha. Na hora de entrar no ônibus fizeram a separação dos alunos conforme o local da prova e eu e minha amiga ficamos em ônibus separados. No meio do caminho eu me liguei que os documentos dela estavam comigo. Pedi pro motorista do meu ônibus fazer o ônibus da frente parar pra eu poder ir lá entregar os documentos dela, senão ela nem conseguiria fazer a prova. Na época, com 15/16 anos e os dois ônibus lotados de adolescentes da mesma idade dá pra imaginar o quanto fui vaiada o tamanho do mico né?” – Roberta Giandeli Moreira
2. Isso não me cheira bem.
“A primeira vez que eu fui fazer o ENEM eu fui a única mulher na sala (além da professora que estava dando a prova, claro) eu e mais uns 40 homens, tentei não pensar nisso e comecei a fazer a prova, ai ouço um peido MUITO alto e a sala inteira começa a rir e a feder, claro né! Homens”. – Roberta Roberti
3. O crush acabou com a minha vida acadêmica.
“Fui fazer a prova no primeiro dia e tava toda feia. Encontrei um colega que eu achava muuito liindo e não via há séculos! Pois bem, fiquei lá tentando fazer fusão com a parede pra ver se ele não me via toda cagada daquele jeito. Fui bem na prova e tal, mas já saí pensando: “Amanhã vou falar com ele”.
No outro dia eu acordei SUPER cedo. Meu cabelo era até a bunda, lavei, escovei, e inventei de fazer babyliss. Só que eu tava fazendo de frente pro espelho, e teve uma hora que eu coloquei o babylissnum banquinho para separar uma mecha, e quando fui pegar de volta (olhando no espelho) eu buguei. PENSA QUE EU PEGUEI NO NEGÓCIO QUENTE E AINDA LEVANTEI E COMEÇOU A FAZER BARULHINHO TIPO TSSSSS QUEIMANDO MEUS DEDOS.
Que dor, bicho! Soltei no chão mas já era tarde, 3 dedos da mão direita com bolhas e uma na palma da mão.
Não conseguia segurar nada, tentei dar uma treinada com a mão esquerda mas não tinha a menor condição de fazer uma redação com tudo torto”. – Amanda Souza Gasparotti
4. O meme da vida real.
“Ano passado fui fazer a prova e já estava na sala na hora do fechamento dos portões, tava todo mundo muito tenso e sério. quando deu 12h59 a gente começou a ouvir a gritaria, todo mundo da sala começou a rir, a fiscal foi pra janela olhar falando “gente, meu sonho ver os atrasados ao vivo”. A última menina que entrou no prédio era da minha sala e a gente comemorou quando ela entrou na sala suada e exausta”. – Joyce Emilly Souza
5. Presente.
O primeiro enem que eu fiz um moço que chegou na nossa sala e perguntou: tem alguma Aline aqui? E todas as Alines levantaram a mão. – Aline Müller G. Dourdan
6. Melhor sobrar do que faltar.
“Na hora da inscrição perguntavam se eu queria alguma ajuda ou precisava de algo. Coloquei que queria uma cadeira de canhoto porque nunca tem cadeira de canhoto. Eles me deram uma sala só para mim entenderam que eu precisava de ajuda para fazer a prova. Aí quando cheguei na sala eu levei um susto e a professora perguntou o que eu precisava é eu respondi “só pedi uma cadeira de canhoto”‘. – Pamela Verdan
7. Quando a fama vem pelos motivos errados.
“Meu irmão participou do primeiro ENEM e a TV local foi justo na sala dele fazer uma matéria. Ele era o primeiro da lista de nomes e era muito tímido. Ele tinha crise de gagueira quando ficava nervoso e aí deu a entrevista toda gaguejando e não falava nada com nada, coitado. A matéria foi reprisada 3x que era pra cidade inteira assistir”. – Karina Belarmino
8. Pra quê ajudar se pode atrapalhar?
“Lá em 2003, quando o ENEM era tudo mato, eu quebrei o tornozelo e tive que ir fazer a prova com o pé engessado. Minha sala era no terceiro andar, tive que subir de escada, com dois fiscais me ajudando. Quando acabei a prova foi a mesma coisa pra descer.
Quando chegamos no último degrau da última escada a mulher responsável pela organização “Mas porque não avisaram que tinha alguém com a perna quebrada? Eu ligava o elevador!”‘ – Mari Mendonça
9. Rimos muito, quase fui eliminada.
“Quando eu fico nervosa fico com o riso frouxo. No momento da prova a sala em absoluto silêncio, só se ouvia barulho de gente virando a página e fungando o nariz, aquilo foi provocando um incômodo tão grande que eu tive uma crise de riso. Eu disparei a rir muito alto e não conseguia parar. O fiscal precisou me retirar da sala até que eu conseguisse me controlar e eu só voltei pra sala 15 minutos depois”. – Raiane Samara
A estudante de medicina colou adesivos nas caixas de remédios e na própria receita
Mais de 150 mil pessoas curtiram este tuíte da Gabi, que mostrou como a irmã, estudante de medicina, tornou uma receita acessível para um paciente analfabeto
aplaudindo infinitamente munha irmã que atendeu um paciente analfabeto e fez uma receita toda adaptadinha pra ele aaaaaaa pic.twitter.com/VOzftxv6Ff
— graviola lemos (@lemosgabis) 4 de setembro de 2018
A irmã se chama Manuela e estuda na Universidade Federal do Pará.
Ela ficou feliz com a repercussão e fez um post explicando que teve a ideia em conjunto com sua professora, a Dra. Rayssa Pinheiro Miranda. “Deveríamos nos preocupar em passar a mensagem pro paciente de uma forma clara, se preocupando de verdade com o tratamento dele”, ela escreveu.
“Hoje nos deparamos com um paciente que apesar de ter suas caixas de remédios adesivadas de acordo com o horário que deveria tomar cada medicação, não conseguia lembrar o significado de cada fita, e continuava tomando a medicação de forma errada. Foi então quando eu perguntei pra Dra Rayssa se podia fazer pra ele essa receita que vocês veem na foto.”
Manuela recebeu muitos elogios, principalmente porque não é uma atitude tão comum como deveria ser.
Até melhorando a imagem dos médicos depois de casos em que vimos atitudes opostas.
Movimento de médicos ocorre após a Associação Nacional de Rifles dos EUA dizer que profissionais de saúde antiarmas são arrogantes e deveriam “ficar na deles”. ATENÇÃO: este artigo contém imagens fortes.
To the @NRA, this is what it looks like to stay in #mylane. We will not be silent about the toll of #gunviolence. I speak out for this patient, for their parents who will never be the same, for every person who came after this one and didn’t have to #thisiseveryoneslane pic.twitter.com/B5mo6pC4dV
— Kristin Gee, MD (@kmgee9) 10 de novembro de 2018
“Para a @NRA, essa é a imagem de eu #naminha. Não vamos ficar calados sobre as mortes por #violenciaarmada. Eu falo por este paciente, por seus pais que nunca mais serão os mesmos, por todas as pessoas que vieram depois disso e que não precisavam #issoédacontadetodomundo.”
Nos EUA, médicos estão compartilhando fotos chocantes de como é tratar vítimas de armas de fogo. O movimento é uma resposta a um tuíte da Associação Nacional de Rifles (NRA) americana, que criticou profissionais de saúde que defendem maiores restrições a armas de fogo dizendo que eles deveriam “ficar na deles”.
“Alguém deveria mandar esses médicos antiarmas arrogantes ficarem na deles,” tuitou a NRA na semana passada. Um dia depois, um atirador abriu fogo dentro de um bar em Thousands Oaks, Califórnia (EUA), matando 12 pessoas.
No tuíte, a NRA criticava um novo artigo da organização American College of Physicians com sugestões para abordar a violência com armas de fogo nos EUA.
Em resposta à NRA, diversos médicos passaram a publicar fotos e contar suas experiências com vítimas de arma de fogo.
“Você faz ideia de quantas balas tenho que tirar de cadáveres toda semana?”, respondeu Judy Melinek, médica legista, no Twitter.
Robert Lyons, membro da equipe de cirurgia cardiotorácica da Universidade da Califórnia, Los Angeles, disse que “a forte emoção de momentos assim permanece com todo médico pelo resto de sua vida”.
“A morte afeta para sempre a família e todos aqueles que tentaram salvar as vítimas”, acrescentou.
“Dezesseis anos de idade com ferimento a bala na aorta. @NRA, a mãe dele está na sala de espera”, escreveu Lyons no Twitter com uma foto de sangue espalhado por sua máscara cirúrgica. “Vocês querem dizer a ela que ele não sobreviveu? É, acho que não.”
O que a foto não mostra é o grande número de enfermeiros, médicos, técnicos e funcionários que se doaram de corpo e alma aos cuidados não só dessa vítima de violência, mas de todas as que chegam”, disse.
Adam Shiroff, diretor do the Penn Center for Chest Trauma, na Filadélfia, disse que trata vítimas de armas de fogo há mais de 10 anos.
“Sem dúvida, a parte mais difícil, como mostraram amigos e colegas no Twitter, não são os aspectos técnicos das operações, que são complicadas e arriscadas, mas sim o aspecto humano”, disse. “É ter que trocar o uniforme que está cheio de sangue antes de ir falar com a família para dizer que o filho deles está morto.”
Good morning! Just a reminder @NRA : #ThisISMyLane #ThisISOurLane . She didn’t make it. pic.twitter.com/LMnev4bylF
— Stephanie Bonne (@scrubbedin) 10 de novembro de 2018
“Bom dia! Só um lembrete @NRA: #Essaéaminha #essaéanossa. Ela não sobreviveu.”
Esther Choo, professora associada da Oregon Health & Science University, disse que trabalhou como médica de emergência em centros de trauma urbanos durante toda a sua carreira e tratou “incontáveis pacientes” com ferimentos de bala.
“Eu nunca me acostumei a ter que dizer a uma mãe que ela perdeu o filho para a violência com armas de fogo”, disse Choo. “E espero que nunca me acostume. E eu nunca perdoo nenhum de nós por fracassar em avançar a ciência e as medidas de saúde pública nessa área.”
Melinek, a médica legista de São Francisco cujo tuíte em resposta à NRA viralizou nas redes sociais, disse que já realizou autópsias de mais de 300 casos de ferimentos a bala. “Alguns têm apenas uma bala e outros chegam a 43”, disse.
Melinek quer que os americanos saibam “que existe uma solução”.
“Médicos e cientistas nos ensinaram a reduzir as mortes causadas por acidentes de carro e por tabagismo”, disse. “Se quisermos a redução das mortes por armas, devemos escutá-los, financiando pesquisas sobre violência com armas de fogo.”
Shiroff também quer que as pessoas nos Estados Unidos “entendam a amplitude desse problema”.
“As mortes em massa, como as que aconteceram recentemente em Thousand Oaks e Pittsburgh, são acontecimentos terríveis, mas a verdade é que toda semana ocorre um grande número de mortes por armas de fogo em toda grande cidade dos Estados Unidos”, disse. “O público deveria entender que a maioria de nós da comunidade médica não é antiarmas; nós somos contra mortes evitáveis e sem sentido.”